O coração do yoga - Resenha crítica - T. K. V. Desikachar
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O coração do yoga - resenha crítica

O coração do yoga Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Espiritualidade & Mindfulness

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 858-98-9424-X

Editora: Blocker Comercial

Resenha crítica

Yoga: conceito e significado

Se, por um lado, muita gente está disposta a compartilhar os benefícios do yoga, tanto na saúde física quanto na mental, por outro, ainda existe muito desconhecimento sobre a prática, suas características, conceito e histórico. 

O yoga é um dos seis sistemas fundamentais do pensamento indiano, coletivamente conhecidos como darshanas. Essa palavra significa visão, ponto de vista ou modo de ver.

Outro conceito mais compreensível ligado ao yoga tem a ver com a imagem de um espelho, no qual podemos olhar para dentro de nós mesmos. A prática nos permite enxergar profundamente nosso interior, para que possamos aprender e aceitar determinados ensinamentos.

Não para por aí. Outras interpretações definem a palavra yoga como juntar, unir, amarrar os cordões da mente. Isso se relaciona diretamente à sessão realizada antes da prática de fato. 

Há ainda uma definição que aponta o yoga como atingir o inatingível, um pensamento que demonstra que a verdadeira transformação de nosso espírito depende dessa prática. 

Afinal, não falamos aqui de algo que se resume a sessões, mas que tem muito a ver com ações. O verdadeiro yoga também indica agir para que toda nossa atenção esteja dirigida à atividade desenvolvida no momento. 

Os fundamentos da prática de yoga

O Yoga Sutra é o guia mais universal sobre essa prática milenar. Isso porque está focado na mente, bem como nas melhores formas de encontrar suas qualidades e influenciá-las em seu favor. 

Neste guia, o yoga é visto como a habilidade de direcionar a mente sem distrações ou interrupções. Como é um caminho acessível a todos os seres humanos, acaba transcendendo toda religião, filosofia ou crença. 

Um de seus principais conceitos tem a ver com a maneira com que percebemos as coisas e o mundo. Um primeiro passo para sua aplicação é entender como criamos os problemas que dificultam nossa vida. Para isso, é preciso trabalhar conjuntamente a percepção e a ação. 

Muitas vezes, acreditamos ter visto determinada situação de forma correta e agimos do mesmo jeito que percebemos o mundo. Mas é comum nos iludirmos e isso pode afetar nossas ações, trazendo infortúnios tanto para você quanto para as pessoas ao seu redor. 

Em outros casos, duvidamos do próprio entendimento sobre um fato, mesmo que estejamos corretos. E é essa dúvida que impede a tomada de decisões corretas.

A solução para o entendimento de como interpretamos o mundo está na percepção profunda e interna, que nos permite livrarmos da névoa que encobre nossa visão. Isso só é possível de atingir quando entendemos nosso interior e nossa essência. E como a prática recorrente do yoga oferece a compreensão de si, do próprio eu, reduzem-se as percepções incorretas de tudo que nos cerca. 

A construção cuidadosa de uma prática de yoga

Uma boa prática de yoga precisa ser estruturada, tendo como ponto de partida a condição de estarmos por inteiro no momento presente. 

Em tempos de tanta correria, excesso de demandas e ansiedade por estímulos a todo momento nos meios digitais, parece um sonho ou costume ultrapassado, mas é um hábito capaz de nos devolver a tão falada saúde mental que buscamos. 

E essa prática só é possível quando conhecemos profundamente nossa constituição corporal. Avançamos passo a passo de acordo com nossas habilidades individuais. Ou seja, você não precisa prestar atenção em como seu colega se desenvolve. O foco é no próprio avanço. 

No yoga, entendemos que cada ação tem dois efeitos, um positivo e outro negativo. Por isso, precisamos nos atentar aos efeitos de cada movimento realizado, enfatizando o que é bom e neutralizando o que é ruim. Aplique esse princípio à sua vida cotidiana e note como faz todo o sentido.

As posturas indicadas minimizam os efeitos negativos a partir de contraposturas. Muitas pessoas relatam sentir vertigens ou dores após suas sessões justamente por se atentarem excessivamente nas posições, sem se dar conta da necessidade da neutralização daquilo que nos incomoda. 

Somente assim, no passo a passo, no seu tempo, o yoga trará os efeitos que você procura por mais saúde física e mental. 

Ações deixam rastros

Agora que já passamos da metade deste microbook, chegou a vez de tratar das vezes em que não vemos as coisas como verdadeiramente são e, por isso, agimos equivocadamente. 

Em geral, isso se dá quando tomamos ações que não possuem um efeito negativo imediato, mas que cedo ou tarde começam a trazer más consequências. Se agimos a partir de percepções falhas, elas influenciam todas as atitudes tomadas em sequência e nos deixam menos livres. 

O yoga ensina que nossa mente possui cinco faculdades. A primeira é a percepção direta pelos sentidos. A segunda é a compreensão incorreta. Em sua terceira atividade, acionamos a imaginação. A quarta se dá pelo sono sem sonhos. E a última delas é a memória, que armazena experiências e observações. 

Isso demonstra o quanto um erro é capaz de causar um verdadeiro efeito em cascata, que pode nos direcionar rumo a equívocos quando não nos encontramos em paz com o próprio interior. 

No yoga, o autoconhecimento é levado ao extremo, minimizando erros de percepções, de acordo com nossos desejos e anseios, sem deixar de lado sonhos que até parecem impossíveis, mas que, de alguma forma, fazem sentido em nosso espírito. 

Os efeitos de cada ação tomada podem ser bons ou maus. E vale a pena ressaltar que nada do que fazemos passa impune. Sempre há rastros e consequências. Por isso, agir sem pensar é um dos maiores perigos ao não ter ciência das próprias limitações e qualidades. 

Os obstáculos no caminho do yoga

Para que possamos nos concentrar de fato, é fundamental discutir o potencial da mente. Assim, é possível estabelecer a comunicação contínua com um objeto escolhido e fundir-se completamente a ele. 

Esse estado natural da mente pode surgir de forma espontânea, mas é comum nos depararmos com obstáculos que tiram nosso foco e nos impedem de enxergar com clareza o mundo à nossa volta. 

Os nove empecilhos principais no meio do caminho são doença, letargia, dúvida, pressa ou impaciência, resignação ou fadiga, distração, ignorância ou arrogância, incapacidade de dar um novo passo e perda da confiança. 

Tudo isso pode se manifestar em sintomas como autopiedade, pessimismo, problemas físicos e, até mesmo, dificuldades respiratórias. Não é incomum notar pessoas com doenças cuja causa principal é interna, é mental, tem a ver com sentimentos não compreendidos em sua plenitude. 

Se você se sente mal, doente ou perdido, é possível que sua prática do yoga seja impossibilitada, ou ao menos dificultada. O ideal é sempre estar em dia com a própria saúde para, só então, buscar avanços sessão a sessão. 

Note o quanto esses obstáculos são capazes de alterar o humor sem seu consentimento. Dessa forma, você se sentirá subjugado por um estado de espírito do qual se sentirá incapaz de explicar. 

Não há demonstração prática mais evidente do quanto conhecer a si próprio é uma busca sem fim. E sem esse entendimento, a prática do yoga, sozinha, não terá grandes resultados. 

Os muitos caminhos do yoga

Antes de começar sua prática do yoga, vale a pena ressaltar que não existe uma única forma de aplicá-lo em sua vida. Para se ter ideia, o principal guia demonstra mais de 18 formas distintas. Vários métodos, todos com a intenção de alcançar a clareza da mente. Cada um com uma ênfase diferente.

O Jñana yoga descreve a busca pelo verdadeiro conhecimento, por meio da escuta de palavras dadas pelo professor aos alunos, tendo como pressuposto básico o oculto em nós que precisa ser libertado. 

No Bhakti yoga, o trabalho consiste em servir a uma força maior do que nós mesmos, oferecendo pensamentos e ações a uma força superior. 

Já o Mantra yoga tem nome quase autoexplicativo. Usa-se uma única palavra, como "ram", como símbolo de proteção para a pessoa que o recebe. Trata-se de um processo que pode durar anos.

Raja yoga é outro método. Sua forma de atuação busca compreender o rei que há dentro de cada um de nós, representando a verdadeira essência humana. 

Outro método conhecido é o Karma yoga. Indica um lugar central para a ação, demonstrando que não devemos nos deixar afetar pelos resultados de tudo o que fazemos. 

Evidentemente, existem outras práticas. O importante é entender que, antes de frequentar as sessões, é preciso saber que não se trata de uma fórmula mágica para resolver seus problemas. Esse já é um bom começo. 

E se há tantos anos essa filosofia transforma a vida de pessoas por todo o mundo, reencontrar-se pode ser uma boa resposta a suas aflições internas. 

Notas finais 

Quando se fala em yoga, muita gente já pensa em paz interior, em uma prática antiga, milenar e distante de nossa sociedade ocidental e autocentrada, que prioriza tanto questões materiais. Mas esta obra deixou claro que existe toda uma história e conceitos bem definidos para que se obtenha resultados. No fim das contas, nota-se que conhecer a si próprio é um bom primeiro passo para quem busca dias de paz, saúde mental e tranquilidade. Não se pode ver no yoga a resolução para todos os problemas, mas é possível ter nele um verdadeiro aliado na busca por uma vida mais saudável. 

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Quem escreveu o livro?

É filho de Krishnamacharya, que viveu mais de 100 anos e foi um dos maiores yogis da era moderna. Estudou com seu pai toda a vida, e... (Leia mais)

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